domingo, 6 de novembro de 2011

Variações sobre Velhas Viagens VI


Banco de troncos - Central Park de Nova Iorque, Vitor Vicente, Abril de 2011

Os idiomas revelam muito da personalidade dos povos. Os alfabetos fonéticos vão mais longe, mais fundo, até à alma. Abrem a alma, deixam-nos em contacto directo com ela, sem interlocutores, nem intermediários.
Neste sentido, encontro-me um pouco limitado para conhecer os povos. Tenho que me limitar aos três idiomas que falo e que me são minimamente familiares.
Primeiro, aquele que me é mais próximo: o Português. Considero macabro, de mau gosto o D de Dafundo. Preferia o D de dado. Seria perfeito. Como o E e Évora, que salienta a letra em todo o seu esplendor. De resto, o nosso alfabeto fonético mais parece um comboio regional. A de Aveiro, C de Coimbra e por aí fora - até ao V de Viseu. Para não falar que os lisboetas dizem P de Portugal e os portuenses dizem P de Porto.
O mesmo se passa com os espanhóis. M de Madrid, B de Barcelona. Só não sei se os catalanistas ou o bascos já encontraram alguma alternativa politica para E de España. Numa coisa, disso estou certo, é que são unânimes no N de Navarra. Mas alguém mais senão um espanhol nativo se vai lembrar de N de Navarra?
Já o Inglês, ou o também tido por Internacional, também tem os seus regionalismos. R de Romeo, J de Juliette. Ou será que Romeu e Julieta devem ser considerados personagens cosmpolitas? Fica lançada a questão. Eu cá gostava de ouvir C de Camões ou E de Eça de Queirós. E por que não? Já ouvi dizer "Y de Nova Iorque, mas só o Ypsilon". Como se não houvesse uma cidadezinha no Reino Unido chamada York. Como se só existisse Nova Iorque, se todos nós fôssemos Nova Iorque.

P.S. - Pode não parecer, mas este post é para provar a omnipresença de Nova Iorque nas nossas vidas. À leitura das almas através do alfabeto fonético voltaremos mais tarde. Até lá, pode ser que o País de Gales comece a mandar no mundo e alguém ouse dizer "G de País de Gales, mas só o G".

1 Comentários:

Anónimo disse...

"Os alfabetos fonéticos vão mais longe, mais fundo, até à alma. Abrem a alma, deixam-nos em contacto directo com ela, sem interlocutores, nem intermediários."

...sim. :)

Catarina Faro Teixeira.

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