quarta-feira, 30 de maio de 2012

Diáspora de Dublin XIV

Canal do Portobello, Vitor Vicente, Maio de 2012

Portobello. Porto donde nunca parti e onde agora regresso. Canal, quase-cais, cidade chamada Dublin que ainda não conheço, nem me conhece, nem me chama pelo nome. Cidade que, tantas vezes, tem sido o meu trampolim para ir em frente, para Frankfurt, e de Frankfurt chegar a outro lugar.
Portobello. Ponto de partida para, passados dois anos da chegada à cidade onde já devia ter chegado há quase seis, reconstruir o dia-a-dia dublinense a partir de outra formatação que não a da realidade do bairro de Rathmines. 
Como se não houvessem outro olhos que não os nossos. Como se nos fosse permitido outrar outra coisa que não os próprios olhos. Como se as cidades pudessem ser de papel de cenário para o cidadão comum e não só património exclusivo dos sonhadores e dos sonâmbulos fora de horas.
Daqui a uma semana, sigo viagem para Israel. Só de ida, pois viagens para Israel só têm ida, não incluem saída. 
Sei que não actualizo aqui a Diápora há mais de um mês. Tenho andado ocupado a adaptar-me à ideia de regressar a uma realidade onde nunca residi.
Não me vou perder em pedidos de desculpas. Vou aproveitar o sol. A luz. O teu sorriso solar. O nosso céu. Essa mesma nuvem-navio que sobe e desce um canal que é só meu e teu. 
 

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