domingo, 16 de junho de 2013

Via Frankfurt IX

Igreja na Pedra - Helsínquia, Maio de 2013, Vitor Vicente

Sabíamos que Frankfurt, enquanto escada de ascenção às estrelas, tinha os dias contados.
Como tal, agendou-se à pressa um apressado fim de semana em Helsínquia. Naquelas condições de correria em que, há coisa de um ano atrás, fizémos da vida dois dias na Lovely Latvia.
Helsínquia, por seu lado, já sabia que era aterrar num e partir no outro dia. Se bem que, à beira do Báltico durante o mês de Maio, um dia não são dias - um dia, de tão longo e tão luminoso, são muitos dias. 
A minha carta de demissão, entretanto, já estava escrita e já fora entregue a quem cabia entregar. O relógio era agora um contra-relógio, cujos ponteiros apontavam para uma nova realidade quotidiana.
Por isso, no regresso, o aeroporto de Frankfurt acolheu-me de braços abertos. Um braço a acolher-me, outro a atirar-me para Dublin. Para que, ao mesmo tempo ficasse ciente de que o passado era um presente permanente e de que no futuro iria inaugurar a era pós-Frankfurt. 
Assim fiz. Assim, entre dentes, assumimos e, pelos ares, arrastámos a palavra fim. 

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