sábado, 29 de outubro de 2011

Diáspora de Dublin III


Praça do Palácio Real - Copenhaga, Vitor Vicente, Junho de 2011

E o novo presidente da Irlanda é um poeta. Michael Higgins, de seu nome.
Nome que, diga-se, assenta melhor a uma das porfiadas cadeiras do poder do que à escreveninha esquizofrénica onde se redigem versos. Não digo isto por qualquer suspeita sobre este senhor. Se esta eleição fosse em Portugal, decerto que teria suspeitas. Como, algunos anos atrás, questionei as reais pretensões de Manuel Alegre. Mas não estou aqui para entrar em polémicas com ninguém. Longe de mim citar qualquer nome da Praça Pública e tratar os bois pelo nome próprio. Ainda que isso aumentasse o número de visitas do Blog. Tenho mais que fazer.
Tenho que dizer - é uma necessidade, e é sempre a necessidade que me obriga a escrever - que o meu olhar está nublado por uma certa inocência, uma lúcida ingenuidade sobre os irlandeses mediáticos e do mundo em geral. Com os de Portugal, por lá ter crescido, nem pensar. Para os de cá fora - adoro dizer, cá fora e não lá fora -  sai de mim um perdão instintivo e irreflectido, um deixa-passar de quem se acha distante, um deixa-passar de que não é nada comigo. Apenas aprovo, sem análise de espécie alguma e com toda a tolerância deste mundo e do outro.
Afinal, seja em que país for, tanto me faz a figura do presidente. O papel do presidente não é nada mais do que isso: representar um papel no regime corrupto até à medula que é a República. Para exercer tal cargo, sem olhar a interesses de terceiros, nem a meios para proteger partidos e parceiros, já temos o Rei. Sempre será mais sábio que alguém que confuda o Thomas Moore com o Thomas Mann. Ou que tenha uma Obra poética digna de arrebatar prémios de Jogos Florais. Mas eu, como disse, não quero cá entrar em polémicas com ninguém. Chega. Como disse, apenas aprovo, sem análise de espécie alguma e com toda a tolerância deste mundo e do outro.

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