domingo, 8 de julho de 2012

Lovely Latvia (Báltico Balnear)


Estância Balnear de Majori - Letónia, Vitor Vicente, Julho de 2012 

Há viagens que, em nenhum momento, nos dizem o que é dado a ver no destino.
É o caso do comboio que vai da estação central de Riga para a estância balnear de Majori. Espantem-se, sim, espantem-se: existe uma estância balnear no Báltico, lá para os lados da Letónia. Nenhuma paragem, nem mesmo Majori, onde se desce e se diz ficar a poucos passos/metros do mar; nenhuma paisagem entre uma e outra paragem parece ser possível levantar a possibilidade de haver uma praia por ali, sem que passemos por parvos.
Nem os passageiros levantam suspeitas, nada. As pessoas apenas têm uma aparência mais relaxada.
Relaxados não estaríamos eu e a minha namorada se, antes da aventura de dois dias em Riga e arredores, não tivéssemos consultado alguns colegas e o Google, o oráculo dos viajantes pós-modernos. 
Como disse, assim que se sai em Majori, não cheira a mar, nem a peixe, nem a lota; nem sequer se adivinha a areia. Há apenas uma animada avenida cheia de restaurantes e bares que vai dar a outra avenida também animada por restaurantes e bares – cheia de gente cheia de si própria, por se encontrar de férias ou simplesmente ser Domingo e, por isso, ter o direito de dispor de quem trabalha por turnos às avessas do calendário da civilização.
Ao menos, estes Eslavos estão mais descontraídos do que o cultivado aquando nas suas cidades. Eslavos assim só vi em Tel Aviv, amenizados pelo Mediterrânico.
Mas esta vila à beira do Báltico plantada parece-se a Paraty. Com casas tão pequenas que não podem ser chamadas de casas e tão grandes que não podem ser chamadas de cabanas. Quem diria que encontraria aqui um eco de Paraty ? Longe tão longe do litoral paulista...
Sarcasmo esse só superado por, após alguns minutos de mistério, dar-se de caras com a estância balnear do Báltico. Onde a areia separa o mar de árvores altas, de tantas árvores altas que já fazem uma floresta. Onde há um Havana Club e Drum N `Bass no ar.
A isto eu chamo ir pela ironia dentro. Ironia imensa. De se banhar no Báltico e se sentar debaixo de um sol que se põe pouco mais de um par de horas por dia de Verão.  

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