Voltando à dívida de Dublin.
Foi Dublin, uma das capitais mais provincianas do velho continente, que me abriu as portas do mundo. Por mais que Barcelona me tenha acolhido como uma mãe e que tenha o estatuto de minha segunda cidade, foi este país que me puxou para fora de Portugal.
E, já estando cá, foi aqui que encontrei o trampolim para viajar pelo mundo fora. Por mais que de Barcelona tenha dado os primeiros saltos a vários lugares da Europa e me tenha permitido ir duas vezes à América Latina e me ter posto, pela primeira vez, em contato e confronto diário com pessoas de todos os países, foi nesta cidade que aprendi a mover-me pelo mundo.
Durante muito tempo - quase todo o tempo que estive por cá - me perguntei porque tive que passar pelo que passei até aqui chegar. Porque raio tive que passar quase quatro épicos anos em Barcelona, antes de me mudar para a Irlanda? Porque raio um vulcão na Islândia rebentou e estancou todo o trânsito aéreo na Europa, precisamente no dia em que tinha o voo para Dublin?
Era tudo parte do plano. Em que participei e provei que, independentemente do plano, o nosso papel não pode ser passivo. Cabe à nossa conduta definir-nos um papel. Enquanto esperamos que caia o pano.
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