A loucura do troc-troc e do trânsito do Azerbaijão - Baku, Vitor Vicente, Setembro de 2013
Não, os Nórdicos também comem pão à refeição. Só que, muitas vezes, a refeição resume-se ao pão. Pão com pão, e pouco mais. Já o pessoal do Sul come pão e mais alguma coisa. Pão e, a maior parte das vezes, muitas mais coisas. Pão com condimento, pão como complemento.
Estando o Azerbaijão a Sul, o pão, como não podia deixar de ser, é sempre servido como um extra e sem custos adicionais -e mais, isso acontece com quase todos os pratos. Um pão inteiro e que não é a refeição por completo. Nestas e noutras coisas, o Azerbaijão está mais a Sul do que a Leste.
De resto, da mãe Rússia pouco mais resta do que as vestimentas e o calçado troc-troc do mulherio. Para cada véu, no mínimo, há sete mini-saias e setenta saltos altos à la Soviética.
O bom de Baku é que, à bela e sensual semelhança das cidades que estiveram debaixo da cortina de ferro, também aqui a esquerda é execrada. A esquerda, isto é, os tiques e trejeitos de esquerda; desta estúpida neo-esquerda, em que as mulheres passaram a provocar os homens por se quererem parecer a eles. Por exemplo: nos penteados e nas calças jeans.
Aqui no Azerbaijão (e que triste é escrever aqui, ciente de que dizer aqui é um tema de tempo) é ao contrário. Os tacões é que atacam o vaso coronário do bicho homem. Nem o Islão, nem o vizinho Irão em que se muçulmaniza a malta, ninguém manda ninguém cobrir os corpos, as caras. Não se cobre nada, coisíssima nenhuma e deixam-se os corpos, as caras, tudo às claras.
Claro que há quem se queira cobrir por razões religiosas. Está no seu direito, pois todos o temos o direito a não ser iguais e a assinalar a nossa diferença, em última instância a nossa individualidade. Tal prática tanto o fazem mulheres muçulmanas, como ortodoxas cristãs ou judias.
No fundo, aqui no Azerbaijão os modos são uma mistura de Sul com uma pitada de Leste. A modos (modos, esta é a palavra) que aqui o mister (mister, essa é a palavra) se sentiu em casa - e foi até, várias vezes, confundido com um dos da casa.
Princesas por quem se perder, portanto, não faltam. Pudesse eu ser um dos Príncipes desta Pérsia perdida.
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