sábado, 10 de dezembro de 2011

Lições da Índia - Isolamento

Jaipur - Pátio, Vitor Vicente, Novembro de 2011

Depressa percebi que não partilhava paisagens com os meus companheiros de viagem. Eu estancava antes coisas que não existiam no espaço. Que coisas, perguntam-me? Erupções do espírito, deprovidas de outra efectividade que não a do delírio andante.
A pouca magia e misticismo que encontrei na Índia resultaram da minha mente. É o meu sopro para suportar o tédio, a minha redenção da realidade. Na verdade, todos nós romantizamos a realidade. Uns a crer que chegam aos outros através de uma interacção que jamais comunica com o íntimo, outros a esgravatar no isolamento infinito e a decorá-lo com a muralha humana em redor.
Eis como a minha ilha ambulante deambulou pela Índia: aos tropeções em pernas, táxis e vacas. Sem outro intuito senão o de convocar a casa que só visito quando estou de viagem. Casa secreta e solitária. Que só eu conheço e onde me encontro. Onde respiro e, por fim, me sinto e existo. 

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