quarta-feira, 14 de março de 2012

Fim de Semana ao Sul I

Panorâmica de Málaga, Vitor Vicente, Março de 2012
Não comungo do anti-castelhanismo dos Portugueses (em particular do praticado na Capital), nem do fascínio basbaque e sem factos dos Europeus por todo o produto o que provém de Espanha.
Nem há por que se espantar. Poucas vezes participo de sentimentos partilhados por um sem-número de pessoas. Parecem-me sempre sentimentos sujos. Mascarrados como jornais repletos de mentiras, desde a manchete até à meteorologia.
Chegar a Espanha é, contudo, para mim como chegar a casa. Não importa qual a cidade, pois ainda que nunca tenha estado na cidade em causa, sinto-me sempre em casa. Como foi o caso, em Málaga.
É que esse sentimento, de chegada a casa, começou logo ao aterrar. As “vozes de aviso” (para não deixar a bagagem ao abandono, para fumar nas zonas pré-designadas para o efeito, para embarcar na porta X) são exactamente as mesmas desse Aeroporto (de Barcelona) que será o meu Aeroporto de sempre; esteja eu a embarcar ou aterrar de e para  qualquer parte do mundo.
Já na cidade, passo aos pequenos, pessoais e imperceptíveis prazeres que adquiri aquando do tempo que vivi na Catalunya. Coisas tão bobas como comer um certo bolo (pode ser uma simples Ensaimada, só para citar um exemplo), ou almoçar uma Baguete de Tortilha. Ou então o delicioso Durum da Turquia onde não tenciono ir senão através da Tienda da esquina.
De resto, a realidade propriamente dita pouco ou nada providencia. Sou só eu que adiciono. Sou só eu que existo – e não a Espanha - como num sonho.

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