domingo, 1 de janeiro de 2012

Diáspora de Dublin XIII

Irish Sea - Howth, Vitor Vicente, Janeiro de 2012

Uma cidade costeira, com o mar por perto, jamais terá o deserto dentro.
O mar, dada a sua natureza auto-nutritiva, é inesgotável. Traz à costa os corpos daqueles que, um dia, partiram e contém as ânsias por novos horizontes aos que, mais ou menos acomodados, ficam ou vão ficando.
Mas há mares e mares. O Mar Irlandês (que outro nome poderia ter este mar, quando tudo aqui é pretexto para usar Irlandês como uma marca?) não convida a ir a banhos. Antes, a contemplá-lo. Com respeito. A lembrar que a realidade merece o nosso inteiro respeito.
Que seria da realidade senão fôssemos todos nós o micro-rio onde desaguámos o respeito? Sejamos afins ou anti-absoluto, todos somos seus afluentes. Alheios, nunca - nem por sombras.  

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