segunda-feira, 3 de junho de 2013

Via Frankfurt II


Shabbat em Jerusalém, Vitor Vicente, Setembro de 2010

First time in Frankfurt, I mean, in Frankfurt Airport...foi...longa história.
Foram as minhas primeira férias, desde que começara a trabalhar em Dublin, num escritório execrável. As primeiras férias, mas não a minha primeira viagem. Pois já antes a febre de viajar me levara a um fim de semana a Londres e outro à Noruega. 
Desta vez, não eram dois dias, mas dez. Depois, conforme confessara à minha mãe, encontraria emprego. Entenda-se a promessa, se é que é passível de haver quem encaixe esta: assim que voltasse de viagem, já teria trocado de escritório.
Comecei a trocar  antes, ainda estava em Israel. 
Estava em Jerusalem, debaixo de uns trinta graus que, ao fim de meia dúzia de meses em Dublin, já me pareciam desajustados ao meu dia-a-dia. Sem como conseguir fazer frente ao calor, enquanto a tarde caía, decidi dedicar algum tempo à Internet. Visto o email e a feira de vaidades do Facebook, ocorreu-me espreitar algumas páginas de empregos na Irlanda. Numa delas estavam à procura de Oficiais de Frankfurt à distância, digo à distância de Dublin.
Primeiro, fiz uma pausa para pensar. Depressa concluí que seria preferível não conseguir ir à entrevista por não estar no Èire do que nem sequer concorrer. Sempre preferi ficar fodido pelo que faço do que por aquilo que deixei de fazer. 
Pensado e feito isto, recebi imediatamente uma resposta escrita a pedir um contato telefónico. A que, por sigilo, respondi apenas que estava a viajar no Médio Oriente, sem telefone e que voltava na Segunda Feira. (Era tipo Quarta ou Quinta.) 
Nisto, pediram-me o contato do hotel. Que, não fosse o anti-semitismo tecê-las, me recusei a dar. Desolado, voltei ao quarto, onde deixara o telemóvel que, até então, não apanhara rede e que, vá lá saber-se como, voltara a estar ativo e registara as chamadas perdidas dos recrutadores. 
Corri para os computadores do hotel e pedi que me ligassem de novo. Tarde demais para que me ligassem hoje. Mas cedo para marcar uma entrevista para o dia seguinte, em que já estaria em Tel Aviv.
Dois dias depois, feita a entrevista telefónica horas antes do Yom Kippur, parti de Tel Aviv para Dublin, com paragem no aeroporto de Frankfurt. Dois dias depois de aterrar em Dublin, pedi a demissão do escritório execrável para assumir as funções de oficial de Frankfurt à distância. 

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