segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Diáspora de Dublin XXXII


Rathmines - Dublin, Vitor Vicente, Janeiro de 2014

Mudei de casa há, mais ou menos, dois meses e meio. Tirando o fato de agora não ter mais ninguém entre as quatro paredes, não foi grande mudança. Geograficamente falando, mudei-me para, mais ou menos, meio quilómetro de distância do lugar onde antes vivia. Semelhante distância separa-me do lugar onde morei antes de me mudar para o lugar donde me fui embora. Parece complicado, mas podia ser pior. Mais não é do que viver em círculos e em ciclos do mais do mesmo.
Ou em circos. Circos de indomáveis feras que, de há dois meses e meio para cá, me têm ocupado a cabeça com mais mundo do que a minha cabeça pode portar e que me têm obrigado a dar mais e mais de mim e do meu comportamento, numa dose superior à que o mundo, só a custo, consegue aceitar.
Conclusão: que o quotidiano desta casa tem tido demasiado mundo para que se possa permitir à leveza de postular viagens verídicas ou de fantasia, ou simplesmente vaguear em périplos passados. Nessa sequência, nem poeira, nem ventos têm sacudido esta casa, de quarto e sala separados. Antes uma aragem de entra e sai que nao me dá nem um segundo para agradecer ao sopro sagrado que nos anima no dia-a-dia.
Hajam Ásias nos horizontes de Abril e uma viagem para Portugal daqui a pouco mais que duas semanas. Hajam asas para os voos domésticos. Além de asas, haja fôlego, quando o quotidiano, a casa e sei lá mais quem, numa só voz, num uníssono orquestral, querem de mim fazer um falcão.

0 Comentários:

Enviar um comentário

 

Seguidores