quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Com a de-vida distância VII

Entrada do Irish Jewish Museum - Dublin, Vitor Vicente, Maio de 2012

Muita gente sabe que tenho pouco interesse - para não dizer nenhum - por notícias. Do mundo, de Portugal em particular, nada.
Ou de quase nada. Nem mesmo nos raros momentos de nostalgia sou levado a ler notícias da velha nação. Apenas o futebol tem o condão de me religar fisicamente ao fastidioso mundo dos factos e, por breves instantes e meros momentos, abrir mão da fantasia e de me sentir vizinho do infinito.
Durante um intervalo do horário de trabalho – ou seja, de dar um salto ao outro mundo, ficar como que suspenso – lembrei-me de consultar o zerozero.pt, vulgo cyber-enciclopédia de futebol. Detive-me numa das notícias de destaque: sorteio da primeira eliminatória da Taça de Portugal.
Procurei pelas equipas do Barreiro, minha cidade berço, e, por isso, a minha cidade de sempre - e que, assim dita, mais parece um bairro.
Antes ainda de encontrar o Barreirense e o Fabril, dei de caras com uma equipa chamada, nem mais nem menos, do que: Barreiro. Aos ditos, os deuses ditaram jogar em casa. Quer isto dizer, em Angra do Heroísmo, mais propriamente no Porto Judeu.
Barreiro? Porto Judeu? Isto merecia investigação. Próxima paragem: Wikipedia.
De acordo com a Wikipedia, o Porto Judeu foi assim chamado por, na altura do batismo, tudo o que de mau havia era chamado, nem mais nem menos, de “Judeu.”
Assim termina mais uma lenda anti-semita. Lenda ou com fundo de verdade, dou graças ao Senhor por assistir a tudo isto desde Dublin, com a de-vida distância.

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